O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola no Quénia, Eng°. Sianga Abílio, participou, em Nairobi, de 17 a 19 de Fevereiro de 2023, como convidado da AML-CFT/ESCAY (uma área do Fundo Monetário Internacional responsável pelo combate contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na África Oriental, Central, Austral e no Iémen), numa conferência sobre crime organizado transnacional, um evento que conta com a participação de uma delegação angolana composta por representantes da Unidade de Informação de Financeira (UIF), do Serviço Investigação Criminal (SIC) e do Serviço de Migração e Estrangeiro (SME).
Ao longo da conferência, os participantes abordaram vários aspectos ligados ao terrorismo, lavagem de dinheiro e crime organizado, com destaque para questões ligadas aos procedimentos e fluxos financeiros de actividades criminosas graves, através de investigações financeiras eficazes e acções judiciais, para além de medidas anti-lavagem de dinheiro (AML), contra o financiamento do terrorismo (CFT) e contra o financiamento da proliferação de armas de destruição em massa.
A conferência sobre crime organizado, grupos terroristas e lavagem de dinheiro, ocorreu numa altura em que o crime organizado transnacional (COT) e o terrorismo têm representado sérias ameaças a nível global, uma vez que as receitas ilícitas envolvidas alimentam actividades criminosas e terroristas, minando o Estado de Direito, tendo como consequência, o risco da instabilidade económica e financeira e o enfraquecimento da coesão social, o que compromete em grande medida a implementação de projectos de desenvolvimento dos países.
Quanto ao continente africano, a constatação foi a de que os países da África Oriental, Central e Austral, são particularmente afectados pelo crime organizado transnacional e pelo terrorismo, embora com diferenças de escala e impacto.
Participaram desta conferência, delegações de 34 países de África e representantes da União Europeia (UE) que têm apoiado as iniciativas regionais dedicadas ao reforço da capacidade nacional e regional no domínio das investigações/processos financeiros, recuperação de activos, e combate contra os fluxos financeiros ilícitos.